Não sou tão transparente como as pessoas imaginam ou fazem parecer. A maior parte do que realmente sou guardo apenas para mim. Dos meus sonhos eu uso e abuso. Das minhas verdades eu aproveito e dos meus medos eu me escondo. Com os meus amigos eu me destraio, nos meus sorrisos eu me acabo. E ao fim de tudo isso eu ainda não sou nem metade do que pareço ser.
Orgulho-me por ninguém me conhecer de verdade. Afinal, qual seria a graça em fingir, me abrir, depois fingir de novo e ser de verdade mais uma vez... Se quiser, por qualquer acaso, me conhecer, procure-me nos lugares menos esperados. Em qualquer menor ruído, em qualquer olhar repentino. Observe os meus gestos, tente desvendar os segredos do meu coração, mas não me perguntando sobre eles, apenas observando como ajo. Mude a direção, o sentido, a força, a intensidade, o modo, o lugar, a circunstancia e os porquês. Não vai me conhecer assim tão fácil, nem eu me conheço o bastante. Não sei do que sou capaz de fazer em momentos extremos. Só sei do que já fiz, e você não deve saber nem da metade disso.
Se me pergunta sobre qualquer coisa, te direi a verdade, mas nem sempre a completa. Se disser que já me conhece, depois de me observar como expliquei, te direi que me conhece mais do que eu mesma, entretanto, não é que eu minta mas nunca saberá se é realmente verdade.
~ parem de levar meus textos tão a sério, nem sempre é sobre mim, ok?
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